sábado, 27 de setembro de 2008

Sábado morto...

"Vendo novas madrugadas
Minha mente, e meu corpo
Nesse sábado morto
Eu quero lhe entregar
Eu quero lhe entregar..."

(Roberto Carlos / Erasmo Carlos - Sábado Morto)



Reaprender o Sábado

É lição estendida também ao domingo.
Educar os ouvidos ao silêncio das máquinas adormecidas e talheres engavetados.
Acostumar os olhos ao fantasma azul do horizonte.
Imprimir na pele as impressões da ausência.
Desentender de amanheceres, do cheiro da casa, dos mistérios do tempo, da cumplicidade dos cômodos.
Implorar à memória anestésicos esquecimentos e ir especializando-se nessa matéria ácida e crescente, chamada saudade.
E eu sequer falei das palavras, devoradas pelo teu silêncio.


Saudade padrinho, toda saudade (11 meses...)



“O senhor sabe? Já tenteou sofrido o ar que é saudade? Diz-se que tem saudade de idéia e saudade de coração...”
“(...) o senhor querendo ir, então vai, mesmo me deixa sentindo sua falta”

(João Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas)

5 comentários:

Unknown disse...

"Educar os ouvidos ao silêncio das máquinas adormecidas e talheres engavetados."

Muito bonito isso, sabe? Essa coisa de sábado morto é tão triste mas tão bonito. Meus sábados não não são tão mortos mas os domingos são como missa de sétimo dia.

Bons ventos...

Beijos

Paixão, M. disse...

Ahhh, o sábado. Meus sábados têm se saído belos domingos, os traíras. hunf.

pelo menos tem sua poesia pra estender a mão =) e a música do guinga fazendo par com a chuva.

E João, meu deus, João... Amanhã mesmo vou à biblioteca atrás de grande sertão.


E um beijo em ti!

Joana Saramago disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
VaneideDelmiro disse...

Joana, deculpe se fui indelicada ao postar uma fotografia sua para ilustrar uma das postagens do meu blog. Vc deve ter visto que eu creditei a fotografia a vc e não simplesmente a coloquei lá sem referência alguma. Mais uma vez, peço desculpas. Seu trabalho é muito bonito e aquela ilustração, em especial, por remeter ao trabalho de meu padrinho que era gráfico e faleceu há menos de dois anos. Bem, mas estas são as minhas razões. Quero te assegurar que isto não ocorrerá novamente em relação a qualquer fotografia sua.
Confesso que fiquei um pouco sem jeito, desconfortável, ao ler o seu comentário. Não fui leviana, talvez descuidada, mas vc sabe, tanto quanto eu, que a internet nos possibilita uma infinidade de partilhas. É verdade, que nem empre compreendidas e bem utilizadas. Vou manter a fotografia apenas para que se certifique de que atribui os créditos da ilustração a você. Tão logo vc me responda (se deseja) excluirei a foto do blog.
Obrigada e mais uma vez, me desculpe.

Anônimo disse...

" E eu se quer falei das palavras, devoradas palo silêncio."
Embora eu não o visse
Embora não o escutasse
O sentia próximo e dentro das melhores lembranças de minha conturbada infância. E eu nem se quer falo a ti das palavras que não foram devoradas palo silêncio.