terça-feira, 2 de setembro de 2008

Enigma...


É verdade. Nunca decifrei o que o itálico de minha letra queria destacar, mas o aprecio em silêncio, afinal tanta inclinação parece mesmo querer dizer algo. Mas o quê?

Nem louca – que é modo mais puro de se aproximar da verdade – eu revelaria (caso o soubesse, evidentemente).

Ainda assim, aos curiosos de plantão, espiando disfarçada e sorrateiramente atrás das cortinas da amizade; àqueles que me lançaram, sem nenhum pudor ou piedade, suas inocentes perguntas ou comentários, seus olhares reinaugurando a Inquisição, a estes eu diria, satisfazendo suas almas invasivas, que “inclinar-se” é "um modo de se lançar", "ir em busca de", "estar disposto a", mas também significa – e por que não o seria? – "um deviar-se da linha reta", ou, poeticamente falando, um "abismar-se por desejo, quiçá sem vontade".

Agora, se puderem, pensem por si só.


(VaneideDelmiro - Julho/2007)




"E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
surpreenderá a todos não por ser exótico
mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
quando terá sido o óbvio"


(Caetano Veloso - Um índio)



Fonte da gravura: www.cosmonauta.com.br/fernando/

Um comentário:

Camilla Tebet disse...

Não me atervo a falar do MOVIMENTO dos outros. Esse seu itálico se movimenta.É sua dinãmica. E quem sou eu pra saber mesmo?
Italique-se, negrite-se, inscreva-se do jeito que melhor lhe provier. afinal as letras são suas, as idéias também. O artista e sua arte devem ser admirados, comentados, criticados. Podem ser questionados por mil coisas, mas não porque respiram como respiram, não pela sua velocidade.