Ontem, no Programa Entrelinhas (TV Cultura), tive um primeiro contato com a poesia de Mariana Ianelli, poeta paulista que apresenta uma produção consideravelmente recente, mas de grande consistência. Assim me pareceu.Hoje, visitando o seu site, confirmei minha impressão inicial e já pus os seus livros na lista de futuras aquisições poéticas.
Infelizmente, por uma questão de memória deficitária e não seletiva, não consigo resgatar algumas de suas falas no tocante à poesia, mas lembro bem de dois fragmentos.
No primeiro referia-se aos "benefícios impalpáveis da poesia..." Desnecessário comentar.
No segundo, disse textualmente "a minha solidão socorre a tua" e a sua fala foi, pra mim, uma espécie de mão estendida; uma voz emprestada a quem tendo-a, não consegue (ou deseja) mais emiti-la.
(Arte: Oswaldo Guayasamín)
Voz de ninguém
Tão somente um gesto
E não o fiz.
Que muitos houvessem tentado,
Apenas eu resisti.
Homens que marcham, que se deixam levar,
Porque vivem.
Estranho guerreiro, eu não marcho.
Corpo morto, já não me carrego.
À frente de cem milhas agrestes,
Como se contra o nada, respondi:
- Estou aqui e aqui perduro.
Isto que hoje fala em mim, em mim se cala.
Mariana Ianelli
Site oficial: http://www2.uol.com.br/marianaianelli/



