domingo, 27 de janeiro de 2008

Padrinho... Três meses...


"Nenhum dia é seguro sem notícias suas"
Sylvia Plath



Alheias à morte, as flores brotam. Pequeninos ramos nascem ali mesmo, fazendo do túmulo a sua nova morada. Exibem folhas de um verde-esperança e sorriem à passagem do vento. A minha oração, que nada mais era que um comunicado da saudade, ficou suspensa ante a vida que insiste em vingar.
Acho que me sabias ali. Por instantes ficamos mudos na mais plena comunhão. Nem o canto dos pássaros, os observadores passos dos traseuntes, a chama da vela, a passagem ao longe dos carros, o sussurro dos mortos. Nada, apenas a mais plena comunhão.
E eu que fui te ofertar flores num gesto simbólico de carinho, acabei por recebê-las. Sua generosidade, já desconfiava, não é desse mundo.
Saudade Padrinho, toda saudade.

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