"Eu conheço todos os seus medos,
parece que são meus.
Deve ser como ter dois pés esquerdos
e falar com Deus
(...)
Eu esqueço todos os seus erros
finjo que não doeu.
Ponho um band-aid no meu dedo
e saio no apogeu
(Pra nos lembrar - Leila Pinheiro)
– Ah, claro! Feliz Ano Novo pra você também!
– Passei, sim, antes por aqui. É que fiz silêncio. Achei que talvez você estivesse descansando...
– Puxa, desculpe! Não queria parecer indelicada.
– Eu sei que você se ressente de tanto silêncio, mas eu não posso sanar isso. Eu venho sempre que posso, mas nem sempre tenho algo a dizer. Você me conhece. Há limites, é preciso respeitá-los. Pensa que também não sinto, que também não quero trazer um texto legal, uma imagem bacana, comentar uma idéia, te contar meus sonhos? Você não entende que asa não é só vôo, que às vezes é repouso? Não compreende que palavra também necessita calar?
(...)
– Aliás, acho que é uma boa hora pra isso acontecer. Eu venho aqui, querendo te encontrar e é assim que você me recebe? Por acaso perguntou como andei me sentindo, o que estava acontecendo?
– Olha, deixa pra lá, afinal não vou conseguir me explicar mesmo.
– Vou embora, sim. Que outra alternativa me resta?
- Falar, falar o quê?
- Novidades? Não, não tenho novidades, nenhum filhotinho de vôo pra te contar, ainda mais depois que minhas primeiras sementes de asas foram cortadas. Só queria dividir o meu nada, o que, de algum modo, acabei conseguindo.
– Passe bem!
Depois disso, fez-se um longuíssiiiiiimo silêncio que começou ao teclar no menu iniciar e, em seguida, desligar o computador.
Era noite de fantasmas.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
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Um comentário:
É moça...sei la pq lembrei neste post de um conto que acabei de ler da Mariana Colasanti...sobre o Tempo...ótimo....há que se deixar um pouco em paz...
Um beijo
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