quarta-feira, 8 de agosto de 2007

UMA APRENDIZAGEM OU O LIVRO DOS PRAZERES

Enquanto o sono segue impassível a qualquer apelo - tribulações do dia, tarja preta, desejo de sonhar -, e essa vontade louca de escrever se frusta a cada letra gerada e não parida, eu (re)corro à Clarice, num velho caderno de notas. É lá que (me) encontro...



Fragmentos:


"(...) com um amor feito de escuridões e clarões"

"(...) pois agora mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado"

"Proteção seria presença?"

"(...) uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos impurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando pra você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. (...) Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso"

"(...) a vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre"

"Teria sido esperteza dela avançar no tempo, e imperdoável ser mais sabida que os outros. Por isso, apesar da curiosidade intensa que tinha pela morte, Lóri esperava"

(Clarice Lispector)

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