segunda-feira, 23 de junho de 2008
Crepita lá fora o São João de outrora
Chegou a hora da fogueira!
É noite de São João...
O céu fica todo iluminado
Fica o céu todo estrelado
Pintadinho de Balão...
Pensando no caboclo a noite inteira
Também fica uma fogueira
Dentro do meu coração.
Quando eu era pequenino
De pé no chão
Eu cortava papel fino
Pra fazer balão...
E o balão ia subindo
Para o azul da imensidão.
Hoje em dia o meu destino
Não vive em paz
O balão de papel fino
Já não sobe mais...
O balão da ilusão
Levou pedra
E foi ao chão.
(Lamartine Babo - Chegou a hora da fogueira)
Crepita lá fora
o São João de outrora.
Crepita...
Crepita...
Tinha a quermesse na praça,
na igreja, o novenário.
O ar era só fumaça
mas nem tosse ou pigarro,
e se o olho lacrimejava
era do brilho iluminado
Das fogueiras e dos fogos,
coloridas bandeirolas.
Entre prendas e adivinhações
descortinava-se o futuro:
casamento, rala-bucho,
bem-querer, malquerência.
Tudo tão combinado:
o teu chapéu de palha
com o meu vestido rodado,
Do pé-de-moleque à canjica,
Da paçoca ao milho assado.
A alegria-menina brincava por todos os lados:
na quadrilha, na palhoça,
no beijo que se pretendia roubado.
Crepita lá fora
o São João de outrora.
Crepita...
Crepita...
E se outrora pudesse
ser mesmo uma outra hora,
por que não agora?
(VaneideDelmiro)
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