Fernando Pessoa
Ser um ser permissível a si mesmo é a glória de existir
Clarice Lispector, em Um Sopro de Vida
Quando a temperatura aumentou, percebi que tinha febre de desejos... Como não queria curar-me, então tratei de sentir. Na minha prostração erguia-se o mais imperioso dos desejos: viver. Um único medo, porém, me aquietava a alma: ao ceder a febre, o que restaria?
VaneideDelmiro
5 comentários:
Ai, que felicidade reler-te! Andas sumida mesmo... o que tem havido contigo?
Aprecio sua intensidade dosadinha, gostosa, na medida do arrepio... hummmmmm...
Qto à revista, me manda por e-mail o teu endereço que combinamos!
Obrigada, volte sempre, sempre!!
(vc já imagina oq seja "a novidade", não?!)
Muito bom ver nova postagem.
E ti digo: o que resta é a vida.
"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem"
Guimarães Rosa
Bonito ver descrição e despudoramento se dizerem ao mesmo tempo. Dá pra ver muita carne sem que ela seja dita. E no final ainda sobra...o texto continua...Adorei os três pontos e essa história de transformar-se em carne.
Deve restar a vida na temperatura estável, que só não pode descer à hipotermia enquanto aguarda uma nova onda de calor interno.
Sabe do que me lembrei? Do Fédon de Platão, quando, ao final, Sócrates diz dever um galo em sacrifício à Esculápio por estar para se curar da doença da vida. Qual o que! Se a vida é uma doença, não quero conhecer a cura!
Muito bom.
Abraço.
Estamos inevitavelmente a este mundo material onde os desejos proliferam...sem eles, vemos nós por acaso??
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