É que já se sentia cansada e, não bastasse, assaltava-lhe o temor.
Era início de maio, deveria estar feliz pela passagem dos dias. Podia algo surpreendentemente bom acontecer e soprar pras curvas do esquecimento tudo que foi equívoco, loucura, precipitação.
Quem sabe a possibilidade de acreditar de novo? Quem sabe o novo acordando uma antiga emoção? Talvez, um novo sentido pras horas, a melodia de inéditas canções, outros pedidos na mesma oração...
De resto, cabia esperar que o movimento violento e ensurdecedor das ondas cessasse de lhe arremessar de si contra si.
(VaneideDelmiro)
"Meu coração restava cheio de coisas movimentadas".
"Aquele dia tinha sido forte coisa. De longe e sossego eu careci, demais".
(João Guimarães RosA - Grande Sertão: veredas)
3 comentários:
Sensação estranha essa. Acho que é exatamente assim que estou me sentindo agora, à espera do novo, agarrada ao mesmo... toda a novidade que espero deve partir de mim e meus sentimentos todos me atormentam, me levando de um canto a outro em mim mesma. E assim, não vou a lugar algum...
Ludmila, a sensação de conseguir "dar asas as palavras" é vivificante. Mas ser compreendido, é maravilhoso.
O que escreves, por vezes, também deixa mais claro o que sinto.
Grata por seus pousos aqui.
Vaneide venho para te agradecer por fazer de "minha prece a tua oração", e te dizer q o novo só é novo porque teve um velho para ficar para trás, e q uma hora um barulho realmente cessa, para dar lugar a outro; e que apesar de muitas vezes as lembranças nos roerem o coração, elas permitem que se faça, dos restos desse coração, um coração mais forte e mais pulsante que o anterior!
Muitas vezes a paz surge entre as ondas que se rebatem....
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