No espelho, a lembrança refletiu os toques pra eu mudar: a cor do cabelo, o tom mais vermelho, o jeito de andar...
Seguiu-se uma tamanha clareza. Não foi com meu corpo que fizeste amor, mas com minhas palavras.
Foi melhor. Sim?!
OFERENDA
Li pra você todas as minhas inconfissões.
E a ti segredei, sem receio,
o mais íntimo de mim,
o meu único tesouro:
a palavra.
Tu ouvias e ouvias e ouvias.
- Às vezes ria, noutras chorava.
E assim era claro
no silêncio, sem saber
tu dizias que me amava.
(VaneideDelmiro / 2006)
Palavra quando acesa
Não queima em vão
Deixa uma beleza posta em seu carvão
E se não lhe atinge como uma espada
Peço não me condene...
Pois as palavras foram pra ti...
(Palavra Acesa / Fernando Filizola)
quinta-feira, 5 de março de 2009
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Um comentário:
Entendo quando no poema: “Oferenda” se diz: “(...) / no silêncio, sem saber / tu dizias que me amava”. Muitas vezes, por vários motivos, não conseguimos expressar o amor que sentimos pela outra pessoa. E ai o silêncio faz o que os lábios deveriam fazer. Outro trecho interessante é: “Não foi com meu corpo que fizeste amor, mas com minhas palavras” do poema: “Foi melhor...” Chega a ser cômico a reflexão dos poemas, num o silêncio que não deixa expressar o amor; no outro as palavras que consegue provocar esse amor.
Adorei os poemas, belíssimos, parabéns!!!
Marcelo Cavalcanti
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