quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Um número maior, talvez menor...

No provador de roupas, ao se dar conta de que a peça experimentada não se ajusta, seja por se tratar de um número maior ou menor, você rapidamente solicita ao vendedor algo que se adéqüe ao seu tamanho. Com a correção numérica, por vezes, tudo se resolve.

Noutras ocasiões, se faz necessário algum tipo de reparo e a loja de consertos realiza o milagre da adequação: com apertos daqui e cortes dali a peça até parece ter sido feita para você.

Mas e a alma? Onde ajustar uma alma que não se adequa à moda preexistente? Que não encontra modelos prêt-à-porter? Que está muitos números além e aquém de si mesma?

P.S.: Independente do tamanho, possíveis respostas serão bem acolhidas...

(VaneideDelmiro)



"Cadê a tampa da pasta de dentes? / Minhas chaves aonde eu deixei? / O espelho me olha impaciente / Eu ia me encontrar e me atrasei / O sol me aparece de repente / Sem eu perceber, amanheceu / Traz a conta, chama o gerente / Diz que este outro aqui sou eu"
(H. Vianna/ P. Luís/ C. Avim, M. Moura, S. Silva, C. A. / Sincero Breu)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sugestões,


Para espantar a dor
Pinte mandalas com lápis de cor.
Veja um filme bem levinho
Onde um príncipe pequenino
Larga tudo por amor,
À flor...

Se preferir,
Compre roupas,
Regue as plantas,
Quebre a louça

E esqueça bem da moça,
- Que não sabe
Mas precisa esquecer...
(VaneideDelmiro)


Há tempos que eu já desisti / Dos planos daquele assalto / De versos retos, corretos / E o resto de paixão, reguei / Vai servir pra nós / E o doce da loucura é teu, / é meu / Pra usar a sós...
(Nei Lisboa / Telhados de Paris)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Solilóquio

É possível que se leve uma vida inteira pra se entender o que se passa? Sim, é perfeitamente possível. E profundamente triste!

(VaneideDelmiro)


Há mil maneiras de ser. Uma delas, e não a menos confortável, é deixar-se ser. Um dia, eu serei, e acabou-se...
(Drummond de Andrade em carta a Mário de Andrade, 30/12/1924)

Estaca Zero


Casas em construção e asfalto quente desenham o trajeto.

Adiante, como um prêmio, vê-se o mar de relance, com seu azul arrebatador. É quando um estranho gosto de vida lhe invade a alma, mas nada, infelizmente, é roubado.

Casas em construção e asfalto quente desenham o trajeto.

(VaneideDelmiro)